Manos de Tijera

Saudade e vulnerabilidade em "Manos de Tijera" de Huguito Flores

Em "Manos de Tijera", Huguito Flores El Super retrata a dor do fim de um relacionamento de forma direta e sensível. A imagem do "coração apagado" no contato do celular simboliza como a separação se manifesta até nos detalhes mais cotidianos, mostrando que o término não é apenas emocional, mas também prático e visível no dia a dia. O refrão destaca a vulnerabilidade do narrador, que pede perdão por não ter mostrado suas imperfeições e questiona se a ex-parceira sente falta dele, mesmo que seja "tan solo un poquito" (só um pouquinho). Essa passagem revela que o orgulho foi deixado de lado em busca de uma possível reconciliação.

A letra aborda sentimentos de saudade e arrependimento, com o narrador reconhecendo seus erros e lamentando não ter sido transparente: "Perdóname por no decirte que no soy perfecto" (Me perdoe por não te dizer que não sou perfeito). O tempo aparece como um caminho sem volta, aumentando o sofrimento por não poder mudar o passado. A metáfora do céu chorando reforça o peso emocional do rompimento, enquanto as lembranças de momentos felizes, como o primeiro encontro e viagens juntos, mostram como o passado ainda está presente. O medo de ver a ex-parceira seguindo em frente, especialmente em versos como "cuando sea otro el que te cante el cumpleaños" (quando for outro que cante parabéns para você), evidencia a dificuldade de aceitar o fim e a impossibilidade de "rehacer la mía" (refazer minha vida). A combinação da guaracha tradicional com a interpretação emotiva de Huguito Flores intensifica o sentimento de nostalgia e a busca por redenção, elementos centrais tanto na versão original quanto na releitura do artista.