O Real Poder

Autenticidade e crítica social em “O Real Poder” de Husky Lion

"O Real Poder", de Husky Lion, vai além da simples ostentação física e do humor ácido. A música expõe a cultura da academia como um espaço de afirmação pessoal e crítica social. No trecho “Não adianta etiqueta, se nego parece um grilo / Esses nem tira a camiseta, ser cabide é ter estilo!”, Husky Lion ironiza quem tenta compensar a falta de físico com acessórios de status. Para o artista, o verdadeiro valor está na dedicação e autenticidade, não em aparências superficiais. A letra deixa claro que respeito e admiração vêm do esforço e disciplina, não de posses ou da tentativa de parecer algo que não se é.

As metáforas “Puxo peso igual reboque” e “meu dorsal é que nem naja” reforçam a ideia de força física e domínio do próprio corpo, mas também sugerem uma fortaleza mental construída pelo treino constante. Ao citar anabolizantes e suplementos — “Vamo' de Trembolona... de GH e Deposteron” —, Husky Lion evidencia a busca por resultados extremos e faz uma crítica à pressão por um corpo perfeito e à cultura do “monstrão”. Ele também ironiza os “boy” que tentam impressionar com carros e dinheiro, enquanto ele conquista pelo carisma e presença física: “'Boy' quer chegar de Ferrari, eu chego é só de regata / É eu que escuto 'não para!' enquanto ele procura a gata”. No fim, a música celebra o empoderamento de quem assume sua identidade sem pedir desculpas, mostrando que o verdadeiro poder está em ser autêntico, disciplinado e confiante, mesmo que isso desafie padrões e incomode quem vive de aparências.