
Stramilano
I Gufi
“Stramilano” e a sátira da modernização de Milão urbana
Fieis ao humor ácido dos anos 1960, I Gufi usam “Stramilano” para atacar o discurso oficial do progresso em Milão. O refrão soletrado transforma o título num jingle — mas para ridicularizar a propaganda. A troca e confusão entre “Montemerlo” e “Pincio”, “Naviglio” e “Po” expõe uma cidade que cresce a ponto de perder o rosto. Em hipérbole urbana, “Larga fuori di qua, sbatti fuori di là, ti tiran su, ti sfondan giù” (te empurram pra fora daqui, te jogam pra fora dali, te erguem, te derrubam) dramatiza o ciclo de erguer e demolir e sugere gente sendo removida do caminho — despejos e deslocamentos do boom.
A modernização apaga o tecido histórico: “Ogni vicolo fu / son tutti boulevard” (cada beco já foi / agora é tudo boulevard). “Terra di Meneghin, peggio d’un Zeppelin” (terra do Meneghin, pior que um zepelim) ironiza a cidade que incha e esvazia com o especulativo. “Esce fuori di man” (sai do controle) e vira “stracittà” (supercidade). As bravatas de mobilidade — “a Parigi sull’autostrada, a Berlino in metrò” (a Paris pela autoestrada, a Berlim de metrô) — soam como slogan, enquanto o “piano piano” (devagar, devagar) repete a piscadela irônica de quem vê tudo acelerar. O fecho em dialeto, “A Milan i’ne peu plu!” (não aguento mais), condensa riso e exaustão: a Milão que avança é a mesma que desaprende quem é.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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