Mestre Sacaca do Encanto Tucuju - o Guardião da Amazônia Negra

Tradição e resistência em “Mestre Sacaca do Encanto Tucuju”

A música “Mestre Sacaca do Encanto Tucuju - o Guardião da Amazônia Negra”, de Igor Vianna, destaca a profunda ligação entre a ancestralidade afro-indígena do Amapá, a natureza e a resistência cultural. A canção mistura referências espirituais indígenas e afro-brasileiras, como no verso “O encanto Tucuju se vestiu em verde e rosa”, que conecta a tradição local à identidade da Mangueira, e na menção ao “Xamã Babalaô”, unindo o pajé indígena ao sacerdote do candomblé. Essa fusão homenageia Mestre Sacaca, conhecido por seu conhecimento sobre plantas medicinais e práticas de cura, e valoriza tradições como o uso de “folha, cipó e raiz de jucá” para benzer e curar, reforçando a floresta como “templo, é altar”.

A letra também evidencia símbolos do cotidiano amazônico, como “maracá”, “beiju” e “urucu”, que remetem à vida e à resistência dos povos da região. Ao citar “palafitas no igarapé” e “jangada leva, balanço que nem maré”, a música retrata o modo de vida ribeirinho e celebra festas e rituais como o Marabaixo e o Sairé, essenciais para a identidade amapaense. O trecho “a negrura não se esconde na fumaça” reforça o orgulho das raízes negras e a valorização da cultura afro-amazônica, enquanto transforma o “Palácio do Samba” em “cazuá”, símbolo de acolhimento e preservação cultural. Assim, a canção reverencia Mestre Sacaca como guardião da Amazônia negra e exalta a força coletiva de um povo que encontra na tradição e na ancestralidade sua maior riqueza.