Volare

Sonho e realidade no amor em "Volare" de Il Volo

Em "Volare", Il Volo explora a linha tênue entre sonho e realidade, usando o azul do céu e dos olhos da pessoa amada como símbolos de felicidade e liberdade. O verso “Mi dipingevo le mani e la faccia di blu” (“Eu pintava as mãos e o rosto de azul”) mostra uma entrega total ao sonho, como se o eu lírico se fundisse ao céu, expressando um desejo profundo de liberdade e êxtase. O contexto histórico da música, lançada no pós-guerra italiano, reforça essa atmosfera de esperança e renovação, tornando-se um hino de otimismo para toda uma geração.

A letra alterna entre o desejo de voar livremente — “E incominciavo a volare nel cielo infinito” (“E eu começava a voar no céu infinito”) — e a percepção de que os sonhos podem desaparecer ao amanhecer: “Ma tutti i sogni nell'alba svaniscon perché / Quando tramonta la luna li porta con se” (“Mas todos os sonhos desaparecem ao amanhecer / Quando a lua se põe, ela os leva consigo”). No entanto, a canção encontra um novo sentido ao associar o azul do céu ao azul dos olhos da pessoa amada: “Ma io continuo a sognare negli occhi tuoi belli / Che sono blu come un cielo trapunto di stelle” (“Mas eu continuo a sonhar nos teus belos olhos / Que são azuis como um céu cheio de estrelas”). Assim, a felicidade não está apenas no voo imaginário, mas também na experiência real do amor, expressa em “felice di stare quaggiù” (“feliz por estar aqui embaixo”). A interpretação de Il Volo, com sua harmonia vocal marcante, intensifica essa dualidade, celebrando tanto o devaneio quanto a alegria do amor vivido.