No es Dios Todo lo que Reluce

A Luz e a Cruz: Reflexões Poéticas de Indio Solari

A música "No es Dios Todo lo que Reluce" do artista argentino Indio Solari, ex-vocalista da banda de rock Los Redonditos de Ricota, é uma composição rica em metáforas e simbolismos. A letra parece explorar a ideia de que nem tudo que brilha é ouro, ou seja, nem tudo que aparenta ser divino ou puro realmente o é. A referência à luz na cruz pode ser interpretada como uma crítica à forma como a religião é por vezes utilizada para mascarar a verdadeira natureza das coisas, onde a luz que cega impede de ver a realidade como ela é.

O ladrão na cruz pode ser uma alusão à hipocrisia e ao engano que muitas vezes estão presentes em instituições que deveriam representar moralidade e ética. A cruz, um símbolo de sacrifício e redenção, é aqui também um palco para o ato de um ladrão, sugerindo uma contradição entre o que é sagrado e o que é profano. A música também toca na ideia de que as pessoas podem estar cegas ou loucas, incapazes de ver além das aparências ou da ilusão criada pela luz na cruz.

Por fim, a música parece fazer uma reflexão sobre a mortalidade e a busca por significado. A menção de dançar sobre os próprios ossos e mudar de estrela cantando sugere uma aceitação da morte e uma celebração da vida, mesmo diante da inevitabilidade do fim. A luz na cruz, seja ela vista pelos cegos ou pelos loucos, é um símbolo poderoso que Indio Solari usa para questionar a realidade e a fé, e para contemplar a complexidade da existência humana.