Uirapuru
Inezita Barroso
Certa vez de montaria eu descia um Paraná
E o cabôco que remava num parava de falá
Ah, num parava de falá
Ah, que cabôco faladô
Me contô do lobisome, da mãe-d’água, do tajá
Disse do jurutaí que se ri pro luar
Ai, que se ri pro luar
Ai, que cabôco faladô
Que mangava de visage, que matou surucucu
E jurô cum pavulage que pegô uirapuru
Ai, que pegô uirapuru
Ai, que cabôco tentadô
Caboquinho, meu amô, arranja um pra mim
Ando roxa pra pegá unzinho assim
O diabo foi-se embora, num quis me dá
Vou juntá meu dinheiro pra podê comprá
Mas no dia que eu comprá o cabôco vai sofrê
Eu vou desassossegá o seu bem-querê
Ah, o seu bem-querê
Ah, ora deixa ele pra lá
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