If Eternity Should Fail

Reflexão sobre mortalidade e ilusão em “If Eternity Should Fail”

A música “If Eternity Should Fail”, do Iron Maiden, ganha profundidade com a presença do personagem Dr. Necrópolis, criado por Bruce Dickinson para um projeto solo conceitual. No trecho final, Necrópolis se apresenta como “formado dos mortos” e “colhedor de almas”, o que reforça a ideia de que a busca pela imortalidade pode ser uma maldição ou uma ilusão. Esse elemento narrativo destaca o tema central da canção: a fragilidade das crenças humanas diante do desconhecido e da inevitabilidade da morte.

A letra critica a arrogância humana ao tentar decifrar o universo e buscar respostas definitivas para a existência, como em “Eternal blackness beyond the stars / We think our wisdom will get that far” (Escuridão eterna além das estrelas / Achamos que nossa sabedoria vai chegar tão longe). Ao mencionar a “ilusão de Deus” e “nossa ilusão antes da queda”, a música questiona a fé cega e a tendência de criar explicações reconfortantes para o que não compreendemos. O refrão “Reef in a sail at the edge of the world / If eternity should fail” (Vela presa em um recife no limite do mundo / Se a eternidade falhar) usa a imagem de um navio à deriva para ilustrar a incerteza e o medo diante do fim. Já “waiting in line for the ending of time” (esperando na fila pelo fim dos tempos) reforça que todos, independentemente de crenças, estão sujeitos ao mesmo destino. Com tom épico e reflexivo, a música se transforma em uma meditação sobre mortalidade, desilusão e a busca por sentido diante do caos do universo.