Monkey (feat. MC Luana SP)

Provocação e choque cultural em “Monkey (feat. MC Luana SP)”

Em “Monkey (feat. MC Luana SP)”, IShowSpeed aposta em uma abordagem provocativa ao repetir insistentemente a palavra “macaco” e suas variações, inclusive em expressões como “macaco preto”. Esses termos, historicamente associados a conotações racistas, são usados de forma confrontadora, o que gera debates sobre apropriação cultural e os limites do choque artístico. No contexto do EP “Trip 2 Brazil”, a música reflete as experiências de IShowSpeed no Brasil e sua tentativa de se inserir na cultura do funk, gênero conhecido por sua linguagem explícita e direta. A participação de MC Luana SP reforça essa conexão, trazendo autenticidade e o tom cru típico do funk brasileiro, especialmente em versos como “vai senta” e “vadia, trepa”, comuns em músicas de pista e que evocam sexualidade e irreverência.

A letra adota um tom agressivo e caótico, com referências a armas (“Glock”, “.40”, “chop”), violência e autodefinição como “demon” (demônio), construindo uma persona outsider e desafiadora. Ao citar Ronaldo e o ano de 2008, Speed faz referência à sua admiração pelo futebol brasileiro e à cultura pop do país, misturando elementos de sua vivência nos EUA com símbolos brasileiros. O uso polêmico de “macaco” pode ser visto como tentativa de ressignificação ou apenas como provocação, mas levanta discussões sobre o risco de perpetuar estigmas. Assim, a música se apresenta como um manifesto de energia bruta, mistura cultural e confronto, refletindo tanto a irreverência do funk quanto a postura polêmica de IShowSpeed.