Helios

Reflexão sobre ciclos e destruição em "Helios" de Ison

"Helios", da banda Ison, utiliza a imagem do Sol como uma figura ambígua: ao mesmo tempo em que é fonte de vida, também se torna símbolo de destruição. O verso “the only father we’ve ever known” (“o único pai que já conhecemos”) destaca essa dualidade, mostrando como aquilo que sustenta a humanidade pode, eventualmente, ser responsável pelo seu fim. A menção a “26,000 years” (“26.000 anos”) faz referência a grandes ciclos cósmicos, sugerindo que a humanidade repete padrões autodestrutivos ao longo do tempo, culminando em catástrofes causadas por suas próprias escolhas. O questionamento em “What have we done this time?” (“O que fizemos desta vez?”) reforça a ideia de responsabilidade coletiva e recorrência desses erros.

A atmosfera da música é contemplativa e sombria, especialmente nos versos “A kiss of death from the sun / What a lovely way to say our time has come” (“Um beijo de morte do sol / Que maneira adorável de dizer que nosso tempo chegou”). Aqui, a morte é apresentada de forma paradoxalmente bela e inevitável, sugerindo resignação diante das consequências. O trecho “All we worship just ends in tears” (“Tudo o que adoramos termina em lágrimas”) amplia o tema, mostrando que tudo o que a humanidade valoriza é passageiro diante da autodestruição. O encerramento, “As we go quietly, quietly into the night” (“Enquanto partimos silenciosamente, silenciosamente para a noite”), transmite uma aceitação silenciosa do fim, reforçando o tom reflexivo e melancólico da música, ao mesmo tempo em que questiona se haverá algum aprendizado real dessa experiência.