Faça login para habilitar sua assinatura e dê adeus aos anúncios

Fazer login
exibições de letras 33

Carneada

Ita Cunha

A estância acorda mais cedo
Um galo canta mais forte
Um ventito puxa o norte
Pras barras da madrugada

No galpão a peonada
Toca uma charla entretida
Que depois da recolhida
Vão lidar numa carneada

Ao tranco pra uma mangueira
Que a tambeira mostra o rumo
Entra junto pra o consumo
A vaca gorda e falhada

Uma preta azebuada
Que o trevo afirmou a graxa
E hoje no mais se agaixa
No fio da faca afiada

Cavalo manso encilhado
Sovéu e o laço nos tentos
Nesta lida que é o sustento
Pra mesa do chão fronteiro

Solta o sovéu pescoceiro
Num tiro certo e preciso
E pra sombra de um paraíso
Se vai cinchando o campeiro

O sangrador coloreia
O cheiro que o sangue pulsa
Num berro a vaca debruça
Como se fosse oração

Numa prece pra o rincão
Que viu nascer a terneira
E hoje tem na carneadeira
Sua última comunhão

Riscando o couro começa
As patas e a barrigueira
E a chaira nem que não queira
Não se aparta da carneada

Volta e meia uma chairada
Como quem toca de ouvido
Já tem o couro tendido
Na milonga mais afiada

Serra o peito e ata a goela
Com a virilha deitada
O coração arinhonada
E apartando as frissuras

E quando a carne pendura
Num gancho pra ir oreando
Tem o Rio Grande Mostrando
No campo a força e a fartura

Adicionar à playlist Tamanho Cifra Imprimir Corrigir

Comentários

Envie dúvidas, explicações e curiosidades sobre a letra

0 / 500

Faça parte  dessa comunidade 

Tire dúvidas sobre idiomas, interaja com outros fãs de Ita Cunha e vá além da letra da música.

Conheça o Letras Academy

Enviar para a central de dúvidas?

Dúvidas enviadas podem receber respostas de professores e alunos da plataforma.

Fixe este conteúdo com a aula:

0 / 500

Posts relacionados Ver mais no Blog


Opções de seleção