Pretas Na Rua (part. Tasha & Tracie)

Contradições e resistência em “Pretas Na Rua” de Iza Sabino

“Pretas Na Rua (part. Tasha & Tracie)”, de Iza Sabino, expõe de forma direta a diferença entre a valorização superficial das mulheres negras nas redes sociais e o preconceito que elas enfrentam no dia a dia. O refrão “Não tratam pretas na rua igual na internet” deixa claro como o respeito e a aceitação online não se refletem na vida real, onde o racismo e a invisibilidade persistem. A crítica à predominância masculina no rap aparece no verso “Já que pra hypar no rap basta você ter um pingulin”, mostrando o desafio extra que as mulheres negras enfrentam para conquistar espaço e reconhecimento no gênero.

A música também aborda questões de autoestima, saúde mental e resistência. Trechos como “Autoestima baixa / Sem grana na minha conta / Tentando fazer o bem / Sem cortar a minha onda” e “A depressão me sonda / Ansiedade enforca” revelam as dificuldades emocionais e financeiras vividas por mulheres negras na periferia, mas também a força para seguir em frente. O desejo de ascensão e valorização coletiva aparece em “Colecionando cédulas / Pra futuramente estar na banheira de pétalas / Pra futuramente pretas não ser mais opcionais e sim celestiais”. Ao afirmar “Olha pra mim mano Deus é uma preta”, a música subverte padrões e exalta a potência da mulher negra. A parceria entre Iza Sabino e Tasha & Tracie reforça a união e a representatividade das mulheres negras na música brasileira.