cLOUDs

Reflexões sobre tecnologia e política em “cLOUDs” de J. Cole

Em “cLOUDs”, J. Cole utiliza a expressão “head to the clouds” para falar não só sobre o uso de drogas, mas também sobre um estado de alienação e reflexão diante das mudanças rápidas na sociedade e na tecnologia. No verso “I'm that bass in your trunk, the bullet that missed Trump / The gun that jammed 'cause it seemed God had other plans” (“Eu sou o grave no seu carro, a bala que errou Trump / A arma que travou porque parecia que Deus tinha outros planos”), ele faz referência direta à tentativa de assassinato de Donald Trump em 2024. Essa menção situa a música em um contexto político atual e reforça a ideia de que eventos inesperados podem mudar o rumo da história, sugerindo que há forças além do controle humano.

J. Cole também expressa preocupação com o avanço da inteligência artificial na música, como em “Before long, all the songs the whole world sings'll / Be generated by latest of AI regimes” (“Em breve, todas as músicas que o mundo inteiro cantarão / Serão geradas pelos mais recentes regimes de IA”). Ele alerta para o risco de a criatividade humana ser substituída por algoritmos, questionando o futuro da arte e da autenticidade. O trecho “babies turn fiends, addicted to the screen / That dad shares, cashiers replaced by machines” (“bebês viram viciados, presos à tela / Que o pai compartilha, caixas substituídos por máquinas”) amplia essa crítica, mostrando como a tecnologia afeta as relações humanas e o mercado de trabalho. A produção introspectiva da faixa reforça o tom de alerta e nostalgia, enquanto Cole reafirma sua identidade artística e espiritual, valorizando a autenticidade em meio ao caos e à desumanização.