Opium

Ópio

Opium

No porto de Saigon, gongDans le port de Saïgon gong
É uma junco chinesaEst une jonque chinoise
Misteriosa e traiçoeiraMystérieuse et sournoise
Cujo nome não se sabeDont on ne sait pas le nom

E à noite no porãoEt le soir dans l’entrepont
Quando a noite se torna cúmpliceQuand la nuit se fait complice
Os europeus se esgueiramLes Européens se glissent
Procurando almofadas profundasCherchant des coussins profonds

Ópio! Veneno dos sonhosOpium! Poison de rêve
Fumaça que sobe ao céuFumée qui monte au ciel
É você quem nos elevaC’est toi qui nous élève
Aos paraísos artificiaisAux paradis artificiels

Vejo o doce rostoJe vois le doux visage
Os olhos da minha amadaLes yeux de mon aimée
Por você tenho sua imagemPar toi j’ai son image
Na sua nuvem, fumaçaDans ton nuage, fumée

À sombra do crepúsculoA l’abri du demi-jour
As lanternas que se velamLes lanternes qui se voilent
São pequenas estrelasSont de petites étoiles
Que vão perdendo a corQui pâlissent tour à tour

Na noite de perfume densoDans le soir au parfum lourd
Ao sabor da fumaça lentaAu gré de la fumée lente
O fumante se representaLe fumeur se représente
Os mais belos sonhos de amorLes plus beaux rêves d’amour

Já que dizem que a felicidadePuisqu’on dit que le bonheur
Não existe na terraN’existe pas sur la terre
Que a asa das minhas quimerasQue l’aile de mes chimères
Nos leve a outro lugarPuisse nous conduire ailleurs

Ao paraíso encantadoAu paradis enchanteur
Cheio de maravilhosas mentirasPlein de merveilleux mensonges
Na embriaguez dos meus sonhosDans l’ivresse de mes songes
Deixei meu coração se levarJ’ai laissé prendre mon cœur