Horizon

“Horizon” de JAEHYUN: voo, nuvens, criação e afeto

Embora fale de aeroportos e decolagem, “Horizon” de JAEHYUN transforma o voo real que a inspirou em um rito de passagem: atravessar a camada nublada da incerteza até um céu de autoconfiança e afeto. “End of this surface” (fim desta superfície) atua como chave dupla — o fim da superfície de nuvens e o abandono do plano superficial da vida —, em sintonia com a origem da faixa: composta após uma decolagem em dia nublado, quando ele viu o céu calmo acima das nuvens. Daí versos como “올라가는 고도… 높아지는 채도” (altitude subindo... saturação aumentando) e “모노톤 색안경 너머로 보이던 view / Out of the blue” (a vista além de óculos monocromáticos / do nada), que jogam com o azul literal e o inesperado. O R&B/soul com toques de jazz e riffs de guitarra sustenta o “파스텔 빛 groove” (groove em tons pastéis), a luminosidade de “눈이 부시게 비춰지는 lights” (luzes brilhando de ofuscar) e a entrega do comando: “Just let the ride… Whatever I wanna do” (deixe a viagem rolar... o que eu quiser fazer).

A narrativa acompanha um viajante em trânsito — “Standing on the lane / Holding luggage full of names” (parado na fila / segurando mala cheia de nomes), “반복되는 face check” (checagens faciais repetidas), “gate 방향” (direção do portão de embarque), “축쳐진 earphone” (fones caídos) — que busca rumo em “콜럼버스의 나침반” (a bússola de Colombo) e, acima da “surface”, encontra serenidade e companhia: “Bright sides with you / 우리의 rendezvous” (lados luminosos com você / nosso encontro), culminando em “둘만의 groove” (groove só nosso). O refrão reafirma autonomia — “Whatever I wanna do” (o que eu quiser fazer) —, alinhado ao que JAEHYUN diz sobre seus trabalhos solo revelarem emoções mais genuínas. Filmado em Florença, o clipe reforça a letra: “대리석 바닥에 비친 빛” (luz refletida no piso de mármore) ecoa a arquitetura local, enquanto cenas de bicicleta e à beira-mar espelham o “두둥실 떠다니는” (flutuando). “Horizon” torna o horizonte físico e o íntimo, criativo e afetivo, o mesmo destino.