Born in the U.S.A. (Bruce Springsteen)

A Crítica Social de 'Born in the U.S.A.' por James Iha

A música 'Born in the U.S.A.', interpretada por James Iha, é uma poderosa crítica social que aborda as dificuldades enfrentadas pelos veteranos de guerra e a classe trabalhadora nos Estados Unidos. A letra começa com uma descrição sombria de uma cidade decadente, onde o protagonista já enfrenta adversidades desde o nascimento. A metáfora do 'primeiro chute' ao 'tocar o chão' sugere uma vida de lutas constantes, comparando a existência do personagem a um cão que foi espancado repetidamente, forçado a passar metade da vida apenas tentando se proteger.

A narrativa se aprofunda quando o protagonista é enviado para lutar em uma guerra estrangeira, uma referência clara à Guerra do Vietnã. A frase 'matar o homem amarelo' é uma referência direta ao racismo e à desumanização dos inimigos durante o conflito. Ao retornar, o veterano enfrenta a dura realidade de um país que não oferece suporte adequado aos seus heróis de guerra. A busca por emprego na refinaria e a visita ao 'v.a. man' (Veterans Affairs) destacam a falta de oportunidades e o abandono dos veteranos.

A música também menciona a perda pessoal, com a referência ao irmão do protagonista que lutou em Khe Sanh e não voltou. A imagem do irmão nos braços de uma mulher em Saigon simboliza a vida que foi deixada para trás. A letra finaliza com uma sensação de desespero e falta de direção, com o protagonista afirmando que não tem para onde correr ou ir. A repetição do refrão 'Born in the U.S.A.' serve como um grito irônico, contrastando o orgulho nacional com a realidade amarga enfrentada por muitos americanos. A música é um retrato cru e honesto das falhas do sonho americano, especialmente para aqueles que sacrificaram tanto pelo país.