Only a Dream In Rio

Renascimento e contraste em “Only a Dream In Rio” de James Taylor

“Only a Dream In Rio”, de James Taylor, explora a dualidade do Rio de Janeiro a partir de uma experiência pessoal de renascimento do artista. O verso “Well they tell me it's only a dream in rio / Nothing could be as sweet as it seems” (“Bem, dizem que é só um sonho no Rio / Nada poderia ser tão doce quanto parece”) já indica o contraste entre o encanto inicial e a percepção das dificuldades sociais da cidade. Taylor compôs a música após se apresentar no Rock in Rio de 1985, em um momento delicado de sua carreira e vida pessoal. O impacto de ver uma multidão cantando suas músicas reacendeu sua paixão pela música, sentimento refletido na letra, que alterna imagens de beleza — como “fruta tropical”, “samba floating in the summer breeze” (“samba flutuando na brisa de verão”) e “romantic language of the portuguese” (“a língua romântica do português”) — com referências à realidade dura, como “the soldier's gun” (“a arma do soldado”) e “the hungry child” (“a criança faminta”).

A inclusão do verso em português “Quando a nossa mãe acordar, andaremos ao sol”, escrito por Fernando Brant, simboliza esperança e renovação, sugerindo que, apesar das dificuldades, há uma promessa de dias melhores. Taylor reconhece tanto o lado luminoso quanto o sombrio do Rio, evitando uma visão idealizada. Ao afirmar “there's more than a dream in rio / I was there on the very day / And my heart came back alive” (“há mais do que um sonho no Rio / Eu estive lá naquele dia / E meu coração voltou a viver”), ele deixa claro que sua experiência foi real e transformadora. A canção se torna, assim, um tributo à complexidade do Brasil, celebrando sua cultura e beleza, mas sem ignorar suas contradições, e expressa a profunda conexão que Taylor desenvolveu com o país e sua música.