Dois Corações

Reflexão sobre desejo e ilusão em "Dois Corações"

Em "Dois Corações", Jards Macalé explora o desejo por um amor verdadeiro, ao mesmo tempo em que reconhece a distância desse ideal. A letra revela um narrador que sonha com a felicidade proporcionada pelo amor, mas também percebe que essa alegria pode ser ilusória. O verso “Tudo é alegria, tudo é ilusão” mostra essa dualidade, sugerindo que, embora o amor traga momentos felizes, eles podem ser passageiros ou até mesmo fruto de expectativas irreais.

O contexto do álbum "Aprender a Nadar" e da suíte de quatro canções reforça o caráter experimental de Macalé, que une o samba-canção tradicional a influências modernistas. Essa mistura aparece tanto na simplicidade e sinceridade da letra quanto na escolha de palavras que transmitem esperança e uma leve melancolia. O trecho final, “Que bom que não seria se eu tivesse um amor”, expressa um desejo singelo e uma saudade discreta, tornando a música acolhedora e fácil de se identificar, especialmente para quem já idealizou um amor.