
Grãos de Açucar
Jards Macalé
Relação entre ausência e desejo em "Grãos de Açucar"
Em "Grãos de Açucar", Jards Macalé faz uma homenagem sutil à tradição da bossa nova ao citar diretamente "Dindi", de Tom Jobim. Essa referência traz para a música uma atmosfera de delicadeza e contemplação, mas também de sonho e irrealidade. O nome Dindi, já conhecido pelo lirismo na obra de Jobim, aqui ganha novos sentidos: é uma figura que fascina e, ao mesmo tempo, escapa, como mostram versos como “teus olhos parecem de intriga / Fitando a janela, buscando saída”. A imagem dos navios que “parecem formigas / Deixando a cidade, estão de partida” reforça a sensação de distância e saudade, sugerindo que o amor é algo difícil de alcançar ou manter.
A letra aborda o amor de forma sensorial e delicada, misturando desejo, fragilidade e admiração. O eu lírico reconhece sua limitação diante da intensidade do sentimento ao dizer: “Mas como poeta, sou água com açúcar / Dindi”. Essa frase remete à ideia de doçura e cuidado, mas também à tentativa de acalmar emoções fortes, como um remédio caseiro para o coração. As imagens táteis e olfativas – “teu gosto. Uma gota, teu som, teu calor / Barriga, canela, pescoço, vapor” – reforçam a sensualidade e a intimidade do vínculo. No entanto, a afirmação “Você não existe, Dindi” revela a idealização, mostrando que esse amor pode ser mais sonho do que realidade. A parceria com a poeta Alice Coutinho contribui para que "Grãos de Açucar" seja uma reflexão sensível sobre amor, ausência e imaginação.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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