Valor

Independência artística e autenticidade em “Valor” de Jards Macalé

Em “Valor”, Jards Macalé deixa claro que não se importa com a opinião alheia sobre sua música. Nos versos “Nem quero que saibam / O valor de minhas canções / Se boas ou más, pouco me importam”, ele expressa uma postura de independência artística, algo incomum na época de seu álbum de estreia, que já se destacava pela experimentação e pelo rompimento com padrões tradicionais da MPB. O trecho “Elaborei com meu calor / E nesse trabalho eu levo a flor” mostra que, para Macalé, o valor de sua obra está no processo criativo pessoal e autêntico, não na aprovação do público ou da crítica. A “flor” simboliza beleza, sensibilidade e entrega, qualidades que o artista considera mais importantes do que reconhecimento externo.

Quando afirma “Ninguém me bate / E posso prová-lo assim que for dado o remate”, Macalé demonstra confiança em sua trajetória e integridade artística. Ele reforça que sua música nasce de experiências intensas e escolhas conscientes, como fica claro nos versos “Conheço bem senso e loucura / Conheço o rei desventura / Já senti pavor e bravura”. Isso sugere que sua arte é resultado de uma vida vivida com intensidade e autenticidade. Ao dizer “Escolho sempre o que é melhor e me apraz”, Macalé reafirma sua autonomia, priorizando o prazer e a verdade pessoal acima das expectativas dos outros. Assim, “Valor” se apresenta como uma declaração de princípios, em que o artista reafirma sua identidade inovadora e coloca a sinceridade e a liberdade criativa acima de qualquer julgamento externo.