É D'oxum

A Magia de Oxum e a Unidade Cultural na Música de Jauperi

A canção "É D'oxum", interpretada por Jauperi, é uma homenagem à divindade das águas doces na religião do Candomblé, Oxum, e ao mesmo tempo, um retrato da influência dessa entidade espiritual na cultura e no cotidiano das pessoas de uma cidade. A letra sugere que todos, independentemente de sua posição social - seja um tenente, um filho de pescador ou um desembargador - são iguais sob a influência e proteção de Oxum. A repetição da frase "toda cidade é d'oxum" reforça a ideia de que a divindade permeia todos os aspectos da vida urbana, trazendo uma sensação de unidade e igualdade entre os habitantes.

A música também destaca a força e a presença de Oxum tanto na água doce quanto na salgada, simbolizando a onipresença e a importância da água para a vida e para a espiritualidade. A água, elemento vital e purificador, é um símbolo comum em muitas culturas e religiões, e aqui serve como um ponto de conexão entre o divino e o humano, sem distinção de cor ou classe social. A repetição do ato de navegar nas ondas do mar pode ser interpretada como uma metáfora para a jornada da vida, sugerindo que todos estão sob a orientação e proteção de Oxum em suas viagens pessoais.

A música de Jauperi, com sua melodia envolvente e letra poética, não apenas celebra uma figura central do Candomblé, mas também transmite uma mensagem de inclusão e igualdade. Ela reflete a maneira como a religiosidade afro-brasileira se entrelaça com a identidade cultural de muitas comunidades, influenciando a arte, a música e a visão de mundo de seus habitantes.