Só Se Fu... (part. Yago Oproprio)

Desencontros e superficialidade em “Só Se Fu... (part. Yago Oproprio)”

Em “Só Se Fu... (part. Yago Oproprio)”, Jean Tassy aborda de forma direta a superficialidade e o desencontro presentes em muitos relacionamentos atuais, especialmente aqueles mediados pela tecnologia. A repetição do verso “Se eu não sei nem dizer seu nome / Nem seu sobrenome / Só tenho o seu telefone / Como que eu posso te encontrar” evidencia como, mesmo com a facilidade de comunicação digital, as conexões podem ser rasas e marcadas por incertezas. O contato se limita a um número de telefone, sem informações mais profundas, o que reforça a efemeridade e a falta de vínculo real, tema recorrente no álbum “Acrônico”.

A música também expressa sentimentos de dúvida, frustração e resignação. O narrador percebe que não é valorizado e opta pelo afastamento, como em “Melhor eu aqui e você lá”. No trecho “E eu só se fu / Mas so lame / Você não sabe o que passa aqui dentro”, fica clara a frustração de quem se envolve sem encontrar reciprocidade ou profundidade emocional. Ao mesmo tempo, há uma aceitação resignada do distanciamento, como se fosse uma consequência inevitável desse tipo de relação. O tom descontraído e cotidiano da letra, aliado à repetição de situações de desencontro, reforça a crítica à dificuldade de criar laços verdadeiros em meio à comunicação limitada dos tempos atuais.