Barbie

Contrastes de aparência e solidão em “Barbie” de Je$$e

A música “Barbie”, de Je$$e, explora o contraste entre uma vida de ostentação e festas e a sensação de solidão e desconfiança. Ao chamar a parceira de “my bitch way too pretty out here looking like a Barbie” (minha mina bonita demais, parecendo uma Barbie), Je$$e não só faz referência à beleza idealizada, mas também sugere uma relação superficial, onde a aparência e o prazer imediato são mais valorizados do que uma conexão verdadeira. O videoclipe, ambientado em uma casa de bonecas com Barbies flutuando, reforça essa ideia de artificialidade e relações que parecem perfeitas por fora, mas são vazias por dentro.

A letra mistura ostentação e vulnerabilidade. Je$$e fala sobre festas, armas e drogas — “Percy in my system got me feeling kinda nauseous” (Percocet no meu sistema me deixa meio enjoado) —, mas também revela que tudo isso serve como fuga para lidar com a paranoia e a dificuldade de confiar nos outros: “I've been keeping to myself, I can't trust nobody” (tenho ficado na minha, não confio em ninguém). O refrão, ao questionar se a parceira choraria por ele caso morresse, mostra uma busca por afeto verdadeiro, mesmo que ele tente esconder isso com frases como “I just don't give a fuck” (eu só não ligo). Referências à cultura pop e duplos sentidos, como “she could ride me like a Harley” (ela pode me montar como uma Harley) e “I might tag team 'em, I'm a young Jeff Hardy” (posso fazer dupla, sou um jovem Jeff Hardy), reforçam o tom provocativo e urbano. No fundo, “Barbie” fala sobre o vazio de uma vida baseada em excessos e aparências, e a dificuldade de encontrar paz e conexão real nesse contexto.