Can't Get Enough

Desejo pop em “Can't Get Enough” de Jennifer Lopez

Logo de cara, o refrão “I’m still in love with you” (Eu ainda te amo) funciona como homenagem consciente às raízes jamaicanas citadas no contexto — a faixa incorpora elementos de “I’m Still in Love With You” (Alton Ellis, 1967) e o clima de “Uptown Top Ranking” (1977), trazendo essa herança afetiva para um pop/R&B atual. No clipe, a sequência de casamentos fictícios transforma “Can't Get Enough” em um comentário bem-humorado sobre o histórico amoroso de Jennifer Lopez, reforçando que o desejo aqui é assumido, repetido e celebrado sem culpa.

Na letra, a atração aparece em imagens de velocidade e controle: “You got my engine runnin’” (Você faz meu motor funcionar), “You got the keys to turn me on and on” (Você tem as chaves para me ligar e me excitar sem parar), “You got me accelerated” (Você me deixa acelerado) e “Can’t nothing take me out my zone” (Nada me tira do meu foco). Motor, chave e “zona” sinalizam excitação, permissão e foco total — ela escolhe entrar nessa vibração e não quer sair. O refrão, com “You know I can’t get enough” (Você sabe que eu nunca me satisfaço), serve como mantra de pista; o chamado e resposta “I love that shit / you love that shit / give me all that shit” (Eu amo isso / você ama isso / me dá isso tudo) transforma a paixão em energia dançante, do “take me all night” (me leva a noite inteira) ao olhar “I can feel the passion in your eyes” (Eu posso sentir a paixão nos seus olhos). E versos como “Don’t gotta keep a secret, but I let you keep me to yourself” (Não precisamos manter segredo, mas eu deixo você me ter só pra você) apontam para uma exclusividade escolhida, não imposta. Quando a faixa ganha remixes com Latto e Sean Paul, essa vibração de flerte e pista se expande, sublinhando o diálogo com o dancehall sugerido pelas referências a Alton Ellis e “Uptown Top Ranking”.