CUDN'T B ME

Resistência e autenticidade em "CUDN'T B ME" de Jessie Reyez

Em "CUDN'T B ME", Jessie Reyez faz uma crítica direta à tendência de aceitar relacionamentos insatisfatórios por medo ou comodidade. O refrão "couldn't be me" funciona como um mantra de autodefesa, deixando claro que ela não está disposta a abrir mão de si mesma para se encaixar em padrões ou expectativas alheias. A artista expõe, de forma confessional e irônica, como muitos homens permanecem com parceiras consideradas "seguras" enquanto ainda pensam em amores passados, e como mulheres acabam sacrificando seus próprios sonhos para tentar agradar e serem escolhidas. Isso aparece nos versos “She put to sleep every dream of her own” (Ela adormeceu todos os próprios sonhos) e “Change everything but myself, hoping I get a turn” (Mudo tudo, menos a mim mesma, esperando ter uma chance), que mostram o apagamento pessoal em nome de uma relação que não traz realização.

O tom irônico se destaca quando Reyez diz “God bless, but it couldn't be me” (Deus abençoe, mas não poderia ser eu), reconhecendo as escolhas dos outros, mas reafirmando sua recusa em seguir o mesmo caminho de autonegação. O trecho final, com a mensagem de voz de Sam Smith, traz uma camada de apoio emocional e autenticidade, reforçando a importância de se valorizar e aprender com as experiências. O conselho de Sam Smith para seguir o próprio coração conecta-se ao tema central da música: não abrir mão de quem se é por medo da solidão. Assim, "CUDN'T B ME" se destaca como um hino de resistência à acomodação e um convite à coragem de buscar relações verdadeiras.