Wind Up

Crítica à religiosidade superficial em “Wind Up” do Jethro Tull

“Wind Up”, do Jethro Tull, faz uma crítica direta à religiosidade superficial e à hipocrisia das instituições religiosas. O título da música tem duplo sentido: além de sugerir o encerramento do álbum, faz referência a um “truque” ou “fraude”, questionando a prática de “dar corda” em Deus apenas aos domingos e ignorá-lo no restante da semana. Isso fica claro no verso “He’s not the kind you have to wind up on Sundays” (Ele não é do tipo que você precisa dar corda aos domingos), que rejeita a ideia de uma fé mecânica e sem envolvimento real.

A letra também expressa a frustração do narrador com a educação tradicional e a religião institucionalizada. Em versos como “they packed me off to school / And they taught me how not to play the game” (eles me mandaram para a escola / e me ensinaram a não jogar o jogo) e “I left there in the morning with their God tucked underneath my arm / Their halfassed smiles and the book of rules” (saí de lá de manhã com o Deus deles debaixo do braço / seus sorrisos forçados e o livro de regras), a escola e a igreja aparecem como lugares que impõem valores prontos e não incentivam o questionamento. O narrador desafia essas autoridades ao dizer “I don’t believe you / You had the whole damn thing all wrong” (Eu não acredito em você / Você entendeu tudo errado), mostrando que sua busca espiritual é pessoal e não depende de dogmas.

A música ainda ironiza a ideia de identidade espiritual herdada, como em “How do you dare to tell me that I’m my Father’s son / When that was just an accident of Birth” (Como você ousa me dizer que sou filho do meu pai / Se isso foi só um acidente de nascimento). Ao valorizar a criatividade e a honestidade, o narrador propõe um caminho mais autêntico para a realização pessoal e espiritual, consolidando “Wind Up” como uma crítica à superficialidade das instituições e um convite à autenticidade.