Marcha Dos Aflitos

A luta dos marginalizados em “Marcha Dos Aflitos”

A música “Marcha Dos Aflitos”, de João Chagas Leite, faz uma crítica direta à desigualdade social e à exclusão. A letra destaca a união dos marginalizados, como nos versos “os favelados dos descasos dos palácios”, mostrando um grupo que, mesmo sem recursos, se mobiliza em busca de justiça. A imagem do “batalhão marchará de pés descalços” reforça a ideia de resistência e esperança entre os mais pobres, enquanto a expressão “a queda do cabresto da ganância” denuncia o controle e a exploração das elites políticas e econômicas.

A canção também utiliza a metáfora da “bandeira da miséria desfraldada”, cheia de remendos, para transformar a pobreza em símbolo de luta e identidade coletiva. O pedido por “terra pra insônia das enxadas” aponta para a necessidade de reforma agrária e justiça social. Ao mencionar “as gaitas e os violões pelas esquinas”, a letra amplia o olhar para toda a América Latina, sugerindo que a cultura popular pode ser um instrumento de mobilização e mudança. Ao reunir “aldeias exiladas sobre as pontes” e “habitantes das marquises”, João Chagas Leite evidencia a solidariedade entre diferentes grupos marginalizados. O verso final, “a liberdade seja pão”, resume o apelo central da música: a verdadeira liberdade só existe quando há dignidade material. Mesmo sem detalhes sobre a origem da canção, ela se encaixa na tradição nativista do artista, marcada pelo engajamento social e pela valorização dos excluídos.