Fado do Forcado
João Chora
Tradição, bravura e pertencimento em “Fado do Forcado”
A canção transforma o inventário do traje do forcado em narrativa de identidade, mais do que simples descrição de peças. As “rosas em botão” que “brilham” na jaqueta funcionam como emblema: adorno e imagem de honra e juventude, reforçada pelo refrão. Em “O barrete é verde esperança / De orla vermelha garrida”, a leitura tradicional — esperança e bravura — também pode sugerir as cores nacionais, ligando o ritual à ideia de país. Ao dizer “Deu-lhe o campino a herança / Da meia branca comprida”, a letra ancora o forcado na cultura ribatejana dos campinos, indicando continuidade entre o campo e a arena, “à antiga maneira”.
Composta por Manuel d’Andrade e Francisco Viana e interpretada por João Chora, natural do Ribatejo, a canção ganha peso local. Chora tem histórico de homenagear figuras ribatejanas, como o forcado José Barroca, o que reforça a leitura de “voz da raça” como voz de uma comunidade. A pequena narrativa desenha o rito da “pega”: preparo do traje, cinta apertada, “sapatos de prateleira”, e o instante decisivo em que o forcado “bate as palmas firmemente” e “fita de longe e com graça” o toiro — gestos codificados que unem técnica, compostura e coragem. A “orla vermelha garrida” sugere o risco e o sangue possível, em contraponto ao “verde esperança”, equilibrando perigo e ideal. No conjunto, “Fado do Forcado” é um louvor sóbrio à tradição tauromáquica portuguesa: celebra o valor, preserva símbolos herdados e convoca respeito, orgulho e pertencimento.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



Comentários
Envie dúvidas, explicações e curiosidades sobre a letra
Faça parte dessa comunidade
Tire dúvidas sobre idiomas, interaja com outros fãs de João Chora e vá além da letra da música.
Conheça o Letras AcademyConfira nosso guia de uso para deixar comentários.
Enviar para a central de dúvidas?
Dúvidas enviadas podem receber respostas de professores e alunos da plataforma.
Fixe este conteúdo com a aula: