As Razões do Boca Braba

Orgulho e autenticidade em “As Razões do Boca Braba”

Em “As Razões do Boca Braba”, João de Almeida Neto ressignifica o termo "boca braba", tradicionalmente usado de forma pejorativa para descrever pessoas de temperamento forte. O artista transforma essa expressão em símbolo de autenticidade e orgulho, defendendo a importância de manter a integridade e a opinião própria, mesmo diante da pressão para se conformar. Isso aparece em versos como “Me chamam de boca braba / Não sabem me analisar / De gênio eu sou uma cachaça / Mas de alma um guaraná”, nos quais ele brinca com o contraste entre aparência e essência, mostrando que sua firmeza é sinal de honestidade, não de agressividade.

A música está profundamente ligada à cultura gaúcha, que valoriza a franqueza e a coragem. Esse contexto fica evidente quando João critica a hipocrisia e a bajulação aos poderosos: “Vivem grudado no saco / Dos políticos influentes”. O tom direto e bem-humorado reforça a ideia de que ser "boca braba" é uma virtude, pois é melhor falar o que pensa do que ser omisso ou manipulável. No final, a canção deixa claro que ter personalidade e opinião formada é motivo de respeito: “E é melhor ser boca braba / Que não ter boca pra nada!”.