Estrela Miúda

Esperança e saudade no cotidiano de “Estrela Miúda”

Em “Estrela Miúda”, João do Vale utiliza a imagem da pequena estrela que ilumina o mar como símbolo de esperança diante da ausência de um amor. Essa estrela funciona como um guia, um farol simbólico para quem espera o retorno de alguém querido, como mostram os versos: “Pra meu bem vem me buscar / Há mais de mês que ela não / Que ela não vem me olhar”. A escolha dessa metáfora é típica das tradições nordestinas presentes na obra do artista, que transforma elementos simples da natureza em representações de saudade e desejo de reencontro.

A letra desenvolve uma narrativa marcada pela espera e pela sensação de perda, reforçada por imagens como a garça que perde a pena e o lenço perdido, ambos sugerindo fragilidade e a separação forçada. O trecho “Meu amor foi como a onda / E não voltou pra me beijar” aprofunda o sentimento de abandono, comparando o movimento do mar ao afastamento do ser amado. Dessa forma, “Estrela Miúda” se destaca por traduzir emoções universais de saudade e esperança em imagens acessíveis, conectando o cotidiano nordestino à experiência afetiva de quem aguarda por um reencontro.