Aquarela do Brasil (part. Caetano Veloso e Gilberto Gil)

Exaltação e identidade nacional em “Aquarela do Brasil”

A letra de “Aquarela do Brasil (part. Caetano Veloso e Gilberto Gil)”, composta por Ary Barroso e interpretada por João Gilberto ao lado de Caetano Veloso e Gilberto Gil, destaca-se pelo uso de palavras como “inzoneiro” e “merencória”. Essas escolhas mostram o cuidado do compositor em criar uma imagem sofisticada e única do Brasil, evitando clichês e valorizando a riqueza da língua. O verso “terra de samba e pandeiro”, que quase foi censurado por ser considerado depreciativo, acabou se tornando símbolo do orgulho nacional e da valorização da cultura popular, mostrando como a canção equilibra exaltação e reconhecimento das raízes brasileiras.

A música constrói um retrato nostálgico e celebratório do país, destacando elementos culturais e naturais que formam a identidade nacional. Referências como “mãe preta do cerrado” e “Rei Congo no congado” reconhecem a herança africana e a miscigenação, fundamentais para a formação do Brasil. Imagens como “esse coqueiro que dá coco” e “as noites claras de luar” evocam saudade e admiração, reforçando o tom acolhedor da canção. A repetição de expressões como “meu Brasil brasileiro” e “o Brasil do meu amor” intensifica o sentimento de pertencimento, enquanto a menção ao “samba que dá para o mundo se admirar” celebra a capacidade do país de encantar o mundo com sua cultura vibrante. A versão de João Gilberto, Caetano Veloso e Gilberto Gil mantém viva essa essência, trazendo leveza e suavidade que dialogam com a nostalgia da letra, reafirmando “Aquarela do Brasil” como um verdadeiro hino à diversidade e à alegria do povo brasileiro.