Boas Novas do Jardim

Relações humanas e leveza em “Boas Novas do Jardim”

“Boas Novas do Jardim”, de João Martins, transforma um quintal comum em um cenário cheio de vida, onde árvores e animais ganham características humanas. O limoeiro, a goiabeira e a bananeira, por exemplo, são apresentados com sentimentos como curiosidade e ciúme, enquanto o coqueiro se destaca ao “desfilar de palmeira imperial”, sugerindo vaidade e imponência. Essa escolha de personificar os elementos do jardim cria um ambiente lúdico, onde o cotidiano se reflete em pequenas histórias de convivência, romances e fofocas, tudo tratado de forma leve e divertida.

A figura da Joaninha, que “passeia todo dia”, funciona como uma narradora das novidades, espalhando as “boas novas” entre as plantas. O refrão “zum-zum-zum, lalaiá, ziguezagueou” reforça o clima alegre e movimentado do jardim, transmitindo a sensação de um espaço sempre vivo e em festa. Expressões como “romance de quintal” e “cochichou” aproximam o ouvinte desse universo familiar, típico das rodas de samba cariocas das quais João Martins faz parte. Assim, a música valoriza a simplicidade e a beleza das pequenas histórias do dia a dia, celebrando o encanto presente nas relações e nos detalhes do cotidiano.