Lanceiros Negros
João Quintana Vieira
Sem a luz de escola, nem leito de estrada
Na causa farrapa um pelotão de escravos
Partiu das senzalas buscando horizontes
Repontando anseios por cantos de bravos
Mãos com cicatrizes, e pés calejados
Empunhando as lanças rumo ao fim sinistro
Sustentando a guerra que eles não fizeram
Brigas de governos, ou de alguns ministros
E no Ponche Verde, as flores que nascem
Parecem bandeiras da luta tenaz
Onde os combatentes de lanceiros negros
Plantaram com sangue a semente da paz
Com ventos e chuva, domaram relento
Tropearam saudades deixadas nos biombos
Carregaram sonhos de nação mais justa
Pra tombar peleando lá pelos porongos
A diplomacia calou forças brutas
Pelotões de escravos foram libertados
E os campos da paz resistindo aos tempos
Guardaram conquistas daqueles tratados
E no Ponche Verde, as flores que nascem
Parecem bandeiras da luta tenaz
Onde os combatentes de lanceiros negros
Plantaram com sangue a semente da paz
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