Tombaram o Acarajé
João Sereno
Tombaram o acarajé
E ele rolou, rolou, rolou
Na ladeira do Pelô
E foi parar na mesa do
Patrimônio Cultural do meu Brasil
Tombaram o acarajé
E ele rolou, rolou, rolou
E virou imperecível
Intocável, comestível
Pela mão do baiano
Gilberto Gil
Mas na minha mesa
Mas na minha boca
Ele continua sendo apenas bolo de feijão
Feito no dendê
Com cebola e sal
Que eu boto pimenta
Vatapá e camarão
E olha que eu não como tradição
Será que vão tombar o meu paladar
Ou o abará, a moqueca de Dadá
A barba de Juvená
Ai, ai, ai, ai
Ai, ai, ai, ai....
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