Rebelión

Resistência e orgulho afro-latino em "Rebelión" de Joe Arroyo

"Rebelión", de Joe Arroyo, destaca-se pela maneira direta e impactante com que denuncia a violência e a opressão sofridas pelos africanos escravizados na Colômbia colonial. Inspirado por uma visita ao museu de Cartagena e pela história real de um rei congolês e sua esposa escravizados, Arroyo transforma um episódio de abuso em símbolo de resistência. O refrão repetido, "No le pegue a la negra" (Não bata na negra), vai além de um apelo contra a violência física: torna-se um grito coletivo por dignidade e respeito, representando a insurreição de um homem que se recusa a aceitar a brutalidade imposta à sua esposa.

A letra, ao narrar "Un matrimonio africano, esclavos de un español / Él les daba muy mal trato / Y a su negra le pegó" (Um casal africano, escravos de um espanhol / Ele os tratava muito mal / E bateu em sua mulher), expõe a crueldade do sistema escravista e celebra a coragem de quem se rebelou. Expressões como "el alma se me revienta" (minha alma se parte) transmitem a intensidade emocional da revolta, enquanto referências a "Changó" evocam a força espiritual e cultural africana. Dessa forma, "Rebelión" vai além de uma narrativa individual e se consolida como um hino de resistência coletiva, mantendo sua relevância e impacto cultural até hoje.