Who Says

Liberdade e autenticidade em "Who Says" de John Mayer

Em "Who Says", John Mayer usa o verso inicial “Who says I can't get stoned?” (“Quem disse que eu não posso ficar chapado?”) para abordar muito mais do que o uso de drogas. O próprio Mayer já explicou que essa frase simboliza o direito de buscar prazer e autonomia, independentemente da forma escolhida. O “ficar chapado” funciona como uma metáfora para pequenos prazeres privados e para a liberdade de fazer o que se quer, como “andar pela casa nu com uma guitarra”, segundo Mayer. Ao longo da música, ele questiona as regras e expectativas impostas pela sociedade, defendendo a autenticidade e a liberdade de ser quem se é, sem se preocupar com julgamentos externos.

A letra alterna entre momentos de introspecção e situações cotidianas, como em “turn off the lights and the telephone / Me, in my house alone” (“desligar as luzes e o telefone / Eu, sozinho em casa”), reforçando a busca por conforto e satisfação na própria companhia. Mayer também fala sobre reescrever a própria história e se libertar do passado, como em “Who says I can't be free? / From all of the things that I used to be / Re-write my history” (“Quem disse que eu não posso ser livre? / De tudo o que eu costumava ser / Reescrever minha história”). As referências a cidades diferentes e noites longas sugerem uma vida de experiências variadas, mas também um certo cansaço e distanciamento emocional, especialmente nas repetições de “I don't remember you” (“Eu não me lembro de você”). Isso pode indicar relações passageiras ou a sensação de que, no fim, o mais importante é estar bem consigo mesmo.

No geral, "Who Says" convida o ouvinte a questionar limites impostos por si mesmo ou pelos outros, celebrando a liberdade de fazer escolhas pessoais, mesmo que pareçam banais ou pouco convencionais. A simplicidade acústica da música reforça o clima de intimidade e honestidade, tornando a mensagem ainda mais direta e acessível.