Neon

A dualidade do fascínio e da efemeridade em “Neon”

Em “Neon”, John Mayer utiliza a imagem do neon para retratar uma mulher envolvente e imprevisível, cuja presença é tão marcante quanto passageira. A comparação aparece de forma clara no verso “She comes and goes and comes and goes / Like no one can” (“Ela vai e vem, vai e vem / Como ninguém consegue”), mostrando que ela é inconstante e impossível de controlar. As luzes da cidade, descritas em “A trail of ruby red and diamond white / Hits her like a sunrise” (“Um rastro de vermelho rubi e branco diamante / Atinge ela como um nascer do sol”), reforçam a ideia de que ela se alimenta da energia vibrante e efêmera das noites urbanas.

A letra também aborda a busca por intensidade, seja em “mixed drinks” (“drinks misturados”) ou “techno beats” (“batidas de techno”), mostrando que esse estilo de vida é tão instável quanto o brilho do neon, que pode desaparecer a qualquer momento. O trecho “Who knows how long, how long, how long / She can go before she burns away” (“Quem sabe por quanto tempo, quanto tempo, quanto tempo / Ela pode continuar antes de se apagar”) traz um tom melancólico, sugerindo que viver nesse ritmo pode ser insustentável. Mayer admite não conseguir “segurá-la” ou ser seu “anjo”, aceitando que ela é livre e inalcançável. Assim, “Neon” reflete sobre o fascínio e o risco de se encantar por alguém ou algo que brilha intensamente, mas está sempre fora de alcance.