777

Liberdade e riscos na busca intensa de "777" de Joji

Em "777", Joji explora o desejo de liberdade total, associando essa busca ao número 777, tradicionalmente ligado à sorte e ao divino. A repetição de versos como “live fast, ride fast like two hundred on the dashboard” (viva rápido, corra rápido como duzentos no painel) reforça a vontade de viver intensamente, sem se prender a regras ou expectativas. O número 777, no contexto da música, simboliza a tentativa de alcançar um "pequeno pedaço do paraíso", sugerindo que a velocidade e o desapego são caminhos para uma experiência quase transcendental, mas também arriscada.

A letra deixa claro o distanciamento emocional e a recusa de compromissos, como em “I don't like strings, no, no ties” (não gosto de amarras, não, sem laços) e “When I pretend that I'm your boyfriend, I'll pour the drinks, so don't annoy me” (quando finjo ser seu namorado, eu sirvo as bebidas, então não me irrite). O refrão “Blame it on me, you can blame it on me” (coloque a culpa em mim, pode colocar a culpa em mim) mostra que o eu lírico aceita as consequências de suas escolhas, mas sem arrependimento. O trecho “Never turn back when I'm going full speed” (nunca olho para trás quando estou a toda velocidade) reforça a ideia de não olhar para trás, mesmo diante de riscos ou autossabotagem.

O videoclipe aprofunda essa dualidade ao retratar uma ópera entre céu e inferno, usando uma estética de claro-escuro inspirada no Renascimento. Isso destaca o contraste entre prazer e autodestruição, mostrando que a busca por liberdade pode ser tanto libertadora quanto perigosa. "777" se apresenta, assim, como um retrato honesto dos limites e consequências de uma vida sem freios.