A Alma do Velho Tropeiro
Jones Andrei Vieira
A estampa serrana se acampa estende-se a tropa na serra
Um retrato um pedaço de céu faz moldura na minha janela
Revoam gralhas e curucacas refletindo matizes nas fontes
Vem o tropeiro culatreando o sustendo abas largas tapeando o horizonte
Na memória terrunha dos galpoes falquejando a existência
Fazendo culto a raça tropeira, pois herdou esta procedência!
Sua alma é sinuelo banhada de prata é estalo de reio, liga de bruaca
Cangalha do tempo atada a capricho no lombo do vento forjando as patacas
Ouve cincerros e casco de mulas tordilho do tempo e alma estropeada
Nas retinas do velho tropeiro passa boi e passa boiada
Um fogo de ângico nas tardes de junho ilumina o espelho das aguadas
Amadrinhando tropas de sonhos se faz ponteiro pra léguas de estrada
O galpão se enche de luz vem tropeiro gritando, hô de casa
Encosta a tropa parceiro charque gordo e boa aguada
O galpão vazio emudece e a tropa estoura na estrada
Nem relincho nem berro de gado só o lume da alma nas brasas!
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