Alvará

Metáforas jurídicas e entrega amorosa em “Alvará”

A música “Alvará”, de Jorge Aragão, utiliza de forma criativa metáforas do universo jurídico para expressar a intensidade e a entrega de um relacionamento amoroso. Termos como “condena”, “prende”, “investiga” e “confisca” aparecem na letra para mostrar como o amor pode ser, ao mesmo tempo, uma prisão e uma fonte de liberdade. O verso “meu alvará de amor” reforça essa ideia, sugerindo que a liberdade do narrador depende do desejo da pessoa amada, que tem o poder de libertá-lo ou mantê-lo cativo conforme sua vontade.

A canção mantém um clima leve e romântico, evidenciado em versos como “sedenta e meiga quando me encontrar” e “cruzando mares só pra me abraçar”, que transmitem uma paixão intensa, mas também cheia de carinho. O refrão “Que liberdade, faz minha vontade e deixa como está” mostra que o narrador aceita de forma tranquila essa condição: ele não se incomoda em estar “preso” ao amor, pois encontra satisfação nessa entrega. Assim, “Alvará” transforma o tema da paixão em algo lúdico e descontraído, mostrando que, para quem ama, a verdadeira liberdade pode estar justamente em se deixar envolver completamente pelo outro.