Poder É Pele Preta

Identidade e resistência negra em “Poder É Pele Preta”

“Poder É Pele Preta”, de Jorge Aragão, é uma música que valoriza a identidade negra e destaca a força que vem da ancestralidade, da cultura e da resistência. Logo no início, versos como “Meu sangue vem de Luanda / Vem da senzala / Vem da roda de samba / Ou quem sabe de Palmares” conectam a origem africana, a experiência da escravidão, a importância do samba e a luta dos quilombos. Essa ligação mostra que o poder do povo negro é resultado de uma trajetória marcada por luta, cultura e espiritualidade. O lançamento da música durante o Mês da Consciência Negra reforça o objetivo de exaltar a negritude e valorizar a história de resistência no Brasil.

A letra enfatiza que o poder está na pele preta, não como algo imposto, mas como uma força interna construída a partir da superação de dores históricas e do orgulho racial. Trechos como “Cada cicatriz que fecha / Abro um sorriso” e “Negra com orgulho / Ostentando a cor” mostram como a dor se transforma em força e como é importante assumir a própria identidade. Ao afirmar “Eu sou quilombola / Sim, senhor”, Jorge Aragão reforça o pertencimento a uma tradição de luta coletiva e liberdade, remetendo aos quilombos como símbolo de resistência. A referência à “Pátria mãe gentil que chora / Pela minha dor” faz uma crítica à sociedade brasileira, que ainda enfrenta o racismo, mas reconhece a dor e a luta do povo negro. Assim, a música se destaca como um hino de afirmação, resistência e celebração da ancestralidade negra.