Deseo

A universalidade do desejo em "Deseo" de Jorge Drexler

Em "Deseo", Jorge Drexler utiliza metáforas científicas para abordar o desejo como uma força universal e inevitável. Ao comparar a atração entre duas pessoas à união de células há milhões de anos — “Igual que hace millones de siglos / En un microscópico mundo distante, se unieron / Dos células cualquiera” —, ele sugere que o desejo é uma energia ancestral, presente desde o início da vida, conectando todos os seres humanos por um impulso vital comum.

A letra cria um clima intimista ao tratar o desejo como “dulce magnetismo”, reforçando a ideia de que, mesmo sendo opostos (“dos cargas opuestas”), as pessoas são atraídas por uma energia fundamental e incontrolável. O refrão “Mire donde mire, te veo” (“Olhe para onde eu olhar, vejo você”) expressa a intensidade e a onipresença desse sentimento, mostrando como o desejo invade todos os aspectos da vida. Termos como “polo”, “variable” e “polaridad” (“polo”, “variável” e “polaridade”) reforçam a abordagem científica, mas sem perder a emoção, equilibrando razão e sentimento. Assim, Drexler transforma o desejo em algo íntimo e, ao mesmo tempo, universal, mostrando que, apesar das diferenças, todos buscam a mesma conexão essencial.