Eco

Persistência das emoções e memórias em "Eco" de Jorge Drexler

A música "Eco", de Jorge Drexler, explora como sentimentos e experiências continuam reverberando ao longo do tempo, mesmo quando parecem ter desaparecido. O trecho “Esto que estás oyendo / Ya no soy yo / Es el eco, del eco, del eco / De un sentimiento” (“Isso que você está ouvindo / Já não sou eu / É o eco, do eco, do eco / De um sentimento”) resume a ideia central da canção: as emoções originais se transformam, mas não se apagam, permanecendo como ecos que atravessam o tempo. Drexler reforça essa visão ao comparar as lembranças a uma “luz fugaz / alumbrando desde otro tiempo” (“luz passageira / iluminando desde outro tempo”), mostrando como memórias e afetos podem ser reavivados muito tempo depois do acontecimento inicial, como uma folha levada pelo vento que retorna inesperadamente.

A canção também reflete sobre a atemporalidade da arte e da música. Drexler sugere que aquilo que é cantado “continuará / derivando latente en el éter / eternamente” (“continuará / derivando latente no éter / eternamente”), esperando ser redescoberto por novos ouvintes, como um “eco de siglos de bella durmiente” (“eco de séculos de bela adormecida”). O refrão “Eco, eco / ocupando de a poco el espacio / de mi abrazo hueco” (“Eco, eco / ocupando aos poucos o espaço / do meu abraço vazio”) expressa como a ausência pode ser preenchida por lembranças e sentimentos que retornam de forma sutil. A mistura de elementos acústicos e eletrônicos na produção reforça essa ideia de fusão entre passado e presente, ampliando o alcance do "eco" tanto no tempo quanto no espaço.