Os Dez Mandamentos do Malandro

Códigos e valores em “Os Dez Mandamentos do Malandro”

Em “Os Dez Mandamentos do Malandro”, Jorge Machado apresenta o malandro como alguém que segue um código de conduta próprio, valorizando princípios como lealdade, respeito e autenticidade. A letra, estruturada como uma lista de mandamentos, mostra que a malandragem vai além da esperteza ou trapaça: trata-se de uma filosofia de vida com regras claras, transmitidas como tradição dentro da cultura do samba e da boemia carioca.

Os mandamentos abordam pontos essenciais desse universo, como manter a palavra, não se intrometer na vida alheia, condenar a covardia e a traição, e nunca "caguetar" (dedurar) alguém, mesmo em situações de risco. O sexto mandamento, por exemplo, afirma: “contra malandragem, a mil falsidade não pode morar”, destacando que autenticidade e sinceridade são valores fundamentais. O décimo mandamento, ao condenar o "dedo de seta" (delator), reforça o pacto de silêncio e lealdade entre os malandros, um traço marcante dessa cultura. Assim, a música não apenas descreve, mas também valoriza uma ética própria, onde honra e respeito se sobrepõem a qualquer vantagem individual.