
Treta
Jorge & Mateus
Desapego encenado e ciúme em “Treta”, de Jorge & Mateus
Em “Treta”, a cordialidade da ex vira obstáculo para esquecer. O narrador tenta fabricar sentimentos negativos como atalho para cortar o laço: ele pede “me faz raiva”, “não me atende” e “tem que me odiar, tem que difamar”. Ao mesmo tempo, reconhece que o comportamento dela mantém o vínculo — “Você ainda é legal / Fala bem de mim”. Para forçar o desapego, solicita gestos calculados que doam de propósito: “pega outro na minha frente, beija lentamente”, uma cena criada para acionar ciúme e repulsa. O próprio título usa a gíria “treta” como convite a um conflito encenado, uma briga deliberada para acelerar o distanciamento emocional.
Há um paradoxo explícito: ele ainda deseja (“do jeito que eu gosto”), mas tenta converter desejo em rancor para seguir em frente. Isso transforma o erotismo em mecanismo de autopunição — doer agora para curar depois. Frases como “Você não sabe ser ex” e “Para de ser perfeita” resumem o impasse: a ex, ao permanecer cordial e elogiosa, impede o fechamento do ciclo. Sem espaço para ambiguidade, ele pede no-contact — “não me atende, não responde” — ou, em alternativa, uma cena de ciúme que anestesie o apego. No fim, a música apresenta, sem floreios, uma tática de autopreservação: provocar uma “treta” controlada para, enfim, conseguir esquecer.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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