Dona Maria solta meu pinto

Duplo sentido e humor em "Dona Maria solta meu pinto"

"Dona Maria solta meu pinto", de Jorge Moisés, se destaca pelo uso criativo do duplo sentido, transformando uma situação simples do cotidiano rural em uma sequência de trocadilhos bem-humorados. O termo "pinto" é central para a graça da música, pois se refere tanto ao galo de estimação do narrador quanto, de forma cômica, ao órgão genital masculino. Essa ambiguidade é explorada ao longo da letra, criando um jogo de palavras que diverte o ouvinte sem perder o tom leve.

A história gira em torno do conflito entre o narrador e sua vizinha, Dona Maria, que prende o "pinto" após ele invadir sua horta. Trechos como “Ela amarrou meu pinto ele fica de pendurado” e “Ele tá ficando duro de tanto frio e fome” reforçam o duplo sentido, brincando com a ambiguidade e sugerindo situações engraçadas tanto para o animal quanto para o significado oculto. O refrão, “Dona Maria, que dor que eu sinto / Dona Maria por favor solta meu pinto”, repete o apelo dramático de forma exagerada, típico do humor sertanejo. Assim, a música exemplifica como o sertanejo utiliza humor e criatividade linguística para transformar temas do cotidiano em algo universal e divertido.