Taça de Vinho
José Augusto Sergipano
Já bem tonto e abatido pelas dores do ciúme
Se ver triste na cantina, um boêmio já sem fé
Os nervos à flor da pele e chorando sem remédio
Como louco, atormentado pela ingrata que o deixou
Está sempre acompanhado do amigo que lhe resta
Que lhe aconselha dizendo: Chega de tanto beber
Nada se arranja com prantos, nada se arranja bebendo
Ao contrário, faz lembrar e dói mais um coração
Uma noite como louco, mordeu a taça em que bebia
Que lhe fez golpes profundos, sua boca destroçou
E o sangue que brotava, misturou-se com o vinho
E, na cantina com grito, á todos estremeceu
Não te aflijas, companheiro, se me está sangrando a boca
Não te aflijas, pois eu quero o que resta desta taça
Limpar a marca de um beijo que uma ingrata me deixou
Moço, oh! Sirva-me mais desse vinho
Sirva-me, para que acabe esta grande obsessão
Moço, oh! Sirva-me mais desse vinho
Quero limpar gota a gota
O veneno desse amor
Moço, oh!
Sirva-me mais desse vinho
Sirva-me, para que acabe esta grande obsessão
Moço, oh!
Sirva-me na mesma taça
Quero limpar gota a gota
Há-há-há-há-há-há-há-há
O veneno desse amor
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