Faz de Conta

O escapismo romântico em "Faz de Conta" de José Augusto

Em "Faz de Conta", José Augusto explora a ideia de criar uma realidade alternativa para fugir das dores do passado e buscar felicidade, mesmo que apenas por uma noite. A letra sugere um acordo silencioso entre dois desconhecidos, onde o passado e as identidades deixam de importar diante do desejo de viver intensamente o presente. Isso fica claro em versos como: “Vamos fingir que já nos conhecemos / Que não existe mais ninguém no mundo”. A música propõe que, ao fingir e se entregar ao momento, é possível encontrar leveza e alegria, mesmo que temporárias.

A versão adaptada por Carlos Colla mantém o tom sonhador da canção original italiana, mas traz um clima acolhedor e brasileiro, valorizando o encontro casual e a esperança de que algo passageiro possa se tornar duradouro. O trecho “E pode ser que depois dessa noite / Venha outra noite e mais outra / E quem sabe / Pode ser que a vida faça uma surpresa” mostra essa abertura para o inesperado. O refrão reforça a escolha de não saber detalhes pessoais, priorizando o presente sem julgamentos ou expectativas. Ao transformar tristeza em alegria e propor o amor como uma fantasia compartilhada, a música transmite otimismo e convida o ouvinte a acreditar, mesmo que por um instante, em um amor sem passado e sem medo do futuro.