Em Cima do Laço

A Liberdade e a Irreverência em 'Em Cima do Laço' de José Claudio Machado

A música 'Em Cima do Laço' de José Claudio Machado é uma celebração da liberdade e da irreverência, características marcantes da cultura gaúcha. A letra é repleta de expressões populares e metáforas que refletem um estilo de vida despojado e autêntico. Desde o início, com versos como 'Pode chiar a chaleira, pode incendiar o galpão', a canção transmite uma sensação de despreocupação e liberdade, onde tudo é permitido e nada é levado muito a sério.

A repetição de frases como 'Pode lavar a égua, pode achar que tá bom' e 'Pode encher a cara, pode até lamber sabão' reforça essa ideia de que a vida deve ser vivida intensamente, sem medo de errar ou de ser julgado. A expressão 'lamber sabão', por exemplo, é uma metáfora para fazer algo absurdo ou sem sentido, mas que, no contexto da música, é visto como parte da diversão e da liberdade de ser quem se é.

A figura da 'milonguita de fronteira, bagaceira, bem sem-vergonha' é uma personificação dessa liberdade irreverente. A 'milonguita' é uma dança tradicional, e ao chamá-la de 'bagaceira' e 'sem-vergonha', o artista está exaltando a autenticidade e a falta de pretensão. A repetição do convite 'Vem cá, vem pra cá, vem cá, medonha, vem conversar' sugere um chamado à convivência e à celebração conjunta, reforçando a ideia de que a vida é melhor quando compartilhada com os outros, sem julgamentos ou restrições.

A música, portanto, é uma ode à liberdade, à autenticidade e à celebração da vida, características que são profundamente enraizadas na cultura gaúcha e que José Claudio Machado expressa com maestria em sua obra.