Lástima

Solidão e esperança no cotidiano rural em “Lástima”

A música “Lástima”, de José Claudio Machado, explora como a rotina do campo reflete sentimentos de solidão e a busca por sentido. No verso “Me atrevi perguntar à peonada de prosa / O que faço da vida”, o personagem procura respostas entre os colegas de trabalho, mas também encontra no violão um espaço de introspecção e expressão pessoal. Elementos como “galpão”, “mate” e “cachorrada” reforçam o vínculo com a cultura nativista gaúcha, tornando o ambiente rural um espelho das emoções humanas.

A saudade e a tristeza são temas centrais, evidenciados em versos como “a tristeza assentou no silêncio / Umas quantas de lua” e “marcou na paleta as tropilhas que a dor / Lastimou no cavalo as pechadas da lida”. A lida campeira e o trato com os animais ilustram as marcas deixadas pelas dificuldades da vida. Mesmo diante da melancolia, pequenos gestos cotidianos, como pedir à amada que sirva um mate enquanto a cachorrada late e o gado se alimenta, trazem consolo. O refrão “A poesia tem planos pra nossa dor” resume a mensagem de que a arte e a sensibilidade podem transformar o sofrimento, oferecendo esperança e significado mesmo nas adversidades do dia a dia rural.